Ontem, o domingo começou com mais uma barbárie. Pipocavam nos sites de notícias a morte cerebral do lutador de jiu jitsu, Leandro Lo. Na noite anterior, num desentendimento banal em um show, levou um tiro na cabeça à queima roupa. Era a vida chamando para a morte. O cheiro de enxofre que nos ronda e que, infelizmente, nos têm sido tão familiar. O pensamento já se desloca para os filhos. Criados, essencialmente, com amor, num ambiente de paz e harmonia. Medo de que uma besta fera dessas, um dia, atravesse o caminho deles assim como atravessou a vida de Leonardo.
A noite chegou ainda com amargura quando fui assistir ao show de 80 anos repletos de vida de Caetano Veloso. Já de final, Caetano canta uma música embalado pelo prato-e-faca tocado por seu filho, Moreno Veloso. Caetano samba miudinho com os filhos, passinhos, a calmaria. Um momento de singeleza ímpar onde ouso dizer que existe um Brasil que jamais alcançaria a plenitude desse momento. Um Brasil beligerante, calcado em armas, que se julga cada vez mais preparado, bombado, dono de si.
Fui dormir menos angustiada com a certeza de que o Brasil que eu quero para mim e para os meus filhos é o país do prato-e-faca dos Veloso, fazendo dessa terrinha aqui algo que dê saudade, que seja inesquecível.
"Terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?"
Canta Caê. Viva.
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