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Mostrando postagens de 2023

Refúgio

 Semana Santa e eu me lembro da minha família, de uma infância feliz, passada no interior, com qualidade de vida, onde eu e meu irmão participávamos de todos os rituais da Igreja Católica, levados pela minha mãe. Não era um estorvo, a gente gostava, se divertia com comentários a parte, com observações sobre as coisas que iam acontecendo. Minha mãe ia sempre explicando tudo pra gente. Dizia que hoje, por exemplo, às 15h, era a hora em que Cristo morria. Ficávamos mais introspectivos, reflexivos, o céu fechava. Curioso como nessa hora o céu sempre dava sinais. Lembro das novenas também. Era legal a comunhão nas casas, e os lanches depois, claro. Não sei se acreditava ou acredito em todas essas coisas. Sei lá, talvez nem tanto esotérico assim, mas o que eu gosto é o conforto que essas lembranças me trazem. Uma sensação de abrigo, de afeto. Muito bom sentir essa sensação, ainda mais em tempos tão ríspidos.

Outono

 Apesar dos novos tempos onde as mudanças climáticas são uma dura realidade e bagunçam as estações, hoje, começo de outono e bate um ventinho mais fresco, embora o céu seja de um azul ofuscante. Aproveito alguns parcos minutos pra me deixar envolver por essa brisa marota e começo a refletir sobre o outono. Da minha vida. Das nossas. Estamos envelhecendo a olhos vistos, ainda que alguns façam questão de não enxergar, de negar. Não estamos preparados para sermos um país de idosos. Não mesmo. Para nós mulheres, então, as cobranças só pioram. O etarismo em voga. Ninguém sabe o que é, mas a maioria pratica. O velho, a velha, a velhice, incomodam. Parece que não há mais espaço para quem já passou dos 40, 50, 60. Tudo é plástico, plástica, estica, puxa, porcelana, maromba, flash. Falamos tanto em gerar conteúdo e andamos cada vez mais vazios, em manadas, robotizados, monossilabicos ou verborrágicos. Poucos querem ou conseguem ouvir, silenciar, respirar, sentir a brisa do outono que se aproxim

Vem 2023. Só vem!

      Eita, 2022, haaaaaja coração, como diz o pensador contemporâneo, Galvão Bueno. Que ano, meuzamigos. Que ano! Uma verdadeira montanha russa de emoções. Começando com uma nova onde de Covid. Vírus vai, vírus vem. Não vou mais na mãe. Vírus em casa. Mais leve dessa vez. Filho mais velho na Universidade. Corre com a documentação. Filho caçula no último ano do Fundamental, ainda tateando depois de tanto tempo trancado. Setembro entra. Vou na mãe. Alegria de revê-la. Doença de Parkinson. Apreensão. Esqueci da fortaleza que ela é. Pede bênção pro remedio à Nossa Senhora de Aparecida antes de começar o tratamento e, dois meses depois, tava ela batucando no vitória do Brasil contra a Croácia. Chega outubro. Lula leva no primeiro. Não levou. Sofre, espera, luta. A vitória vem linda,sim, no segundo turno. Explode coração na maior felicidade... Novembro comeca e vem a Copa fora de época, com cheiro de bolsonarismo. Não vou torcer, não vou torcer, vaaaaai, Richarlison, Richarlynson, Richa...g