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Outono


 Apesar dos novos tempos onde as mudanças climáticas são uma dura realidade e bagunçam as estações, hoje, começo de outono e bate um ventinho mais fresco, embora o céu seja de um azul ofuscante. Aproveito alguns parcos minutos pra me deixar envolver por essa brisa marota e começo a refletir sobre o outono. Da minha vida. Das nossas. Estamos envelhecendo a olhos vistos, ainda que alguns façam questão de não enxergar, de negar. Não estamos preparados para sermos um país de idosos. Não mesmo. Para nós mulheres, então, as cobranças só pioram. O etarismo em voga. Ninguém sabe o que é, mas a maioria pratica. O velho, a velha, a velhice, incomodam. Parece que não há mais espaço para quem já passou dos 40, 50, 60. Tudo é plástico, plástica, estica, puxa, porcelana, maromba, flash. Falamos tanto em gerar conteúdo e andamos cada vez mais vazios, em manadas, robotizados, monossilabicos ou verborrágicos. Poucos querem ou conseguem ouvir, silenciar, respirar, sentir a brisa do outono que se aproxima e refletir. Perda de tempo. O futuro sempre atropela. Desculpe, senhora, só os mais preparados resistem. 

Sábio é o tempo. Compositor de destinos. Ele dirá.

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