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Mostrando postagens de outubro, 2020

Fred, o gato que não era qualquer gato.

 Indiferença, insensibilidade, frieza, diria o senso comum, mas eu achava que era personalidade mesmo. Sempre à espreita, mas nunca ausente. Fred já nasceu criado. Pouco afeito à melações e rabugentinho, chegou com um rabinho cotó que nunca soubemos se era algo congênito ou se o pobre tinha passado maus percalços antes de chegar até nós, sua familia. Éramos sete. O Fred era o gato do vô Arnaldo. Se tinha uma missão na vida, acho que era desemburrar o velho, que ria feito criança com as traquinagens que aprontava com o gato. Depois, feitas as pazes, dormiam os dois largados no sofá cumprindo rigorasamente a sesta abençoada de todos os dias. Há uns oito anos o vô Arnaldo se foi e Fred sentiu o baque. Perdeu o seu companheiro. Aos poucos foi se achegando ao resto da familia, nós. Fred fez 18 anos esse ano, Pedro, meu filho mais velho, 17. Fred cresceu e envelheceu com os meninos. Um senhorzinho procurando aconchego tinha se tornado ultimamente depois que foram canceladas suas voltinhas pe