“No futuro todos terão seus quinze minutos de fama”. A frase “profetizada” pelo artista plástico americano, Andy Warhol, nunca
foi tão precisa. Na era da superexposição, celebridades instantâneas se
proliferam como bolhas de sabão e estamos cada vez mais exibidos. Conectados. Plugados. Com a vida por um fio
(ou não, nos casos de conexão WI-FI), queremos ver e, principalmente, ser
vistos, o que na maioria das vezes, relega a segundo plano a preocupação com a qualidade do que será oferecido à apreciação pública (ok, a triagem fica por nossa conta)
Nas redes sociais temos seguidores que vigiam ações alheias pontualmente
com uma curiosidade voraz, saciando a vaidade de quem produz conteúdos
específicos para atender a um público exigente em relação às novidades, sejam
elas quais forem (fato que, sinceramente, me causa estranheza. Conheço
histórias escabrosas de um passado recente, onde, ser seguido e vigiado o tempo
todo era o que as pessoas menos queriam).
A verdade é que tudo vira notícia na grande rede (a da
Marina não, por favor): a fofice recente do bebê, o avião em chamas, a balada
bombando, o esmalte da moda, a calipígia do momento e até algum texto
interessante, desde que, não tenha muitos caracteres, caso contrário, seremos fortes
candidatos a levar um unfollowed, ou pior, nos recomendarão o retorno àquela
rede social “antiga e brega” que muitos renegam ser oriundos, o ORKUT ( sim, navegar na internet é preciso, generalizar não é preciso).
Mas não nos preocupemos com as nossas postagens. O uso da palavra “unanimidade” está muito
mainstream e, portanto, excluído do nosso dicionário. Sempre encontraremos
alguém capaz de curtir, compartilhar ou retwittar o que postamos, por mais
duvidoso que possa parecer o nosso (bom?) gosto.
No mais, a Internet continuará suprindo “todas as nossas
necessidades”, inclusive de aceitação e de inserção garantindo, perfeitamente,
a nossa felicidade. Aliás, tão perfeitamente que desconfio se isso não seria um
plano do Dr. Gori (corre no Google) para transformar a todos nós em avatares e
exterminar de vez a raça humana.
Bobagem? Por via das dúvidas, é melhor que fiquemos atentos. A vida real
também inspira cuidados e atenção. Não teremos uma segunda chance.
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