A humanidade aflita pede refúgio e refuta a poesia, o ludico, a arte. Preferem os aforismos, os coaches de auto ajuda. Tudo que já vem mastigado, processado. Nada a refletir, a acrescentar. A materialidade mata. Nada pode parecer utópico, surreal, subjetivo, causa estranheza, quando na verdade o que éramos pra estranhar é o que estamos nos tornando. Sei que filósofos de tempos remotos já expuseram bem melhor essa angústia de ver as transformações ruins e pouco poderem. Por isso faço nada. Faço tudo. Faço poesia, ouço, sereno, não sei se agradeço ou peço piedade. Não sei se realmente vivemos a involução ou se apenas estou ficando velha. Quiçá os dois.
Quando li a notícia no blog da Lola ( http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2010/08/concurso-de-blogueiras-no-ar.html ) de que haveria um concurso para blogueiras com o tema, "A origem do meu feminismo", comecei a refletir até que ponto eu sou feminista, se é que sou. Apesar de ter minhas opiniões e convicções, não gosto muito de "rótulos". Prefiro ter a liberdade de ser "essa metamorfose ambulante". Mas, acontece que, numa breve análise da minha vida, acabei me dando conta de que a época em que "fui" mais feminista até agora, foi aos 21 anos. Época em que, talvez, eu nem tivesse a consciência de que tudo que estava vivendo, estaria colocando à prova, todos os meus mais camuflados e desconhecidos "instintos feministas". O curioso é que só agora, consigo enxergar por esse ângulo. Bom, antes tarde do que nunca! Na ocasião, meu pai, que era um pequeno comerciante e chegou a ter cinco lojas espalhadas por diversas cidadezinhas da região...
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