Toda temporada me pego pensando cá com as minhas castanholas. Temporada de verão é boa para quem e para que, cara palida? Talvez para o turista, para os comerciantes, para os donos de hoteis, donos de restaurantes, donos de, donos de, e donos de, mas para a cidade, para a população do Guarujá, é boa para quê?
A cidade superlota, o trânsito vira um caos, filas intermináveis, ficamos mais vulneráveis e o município gasta mais dinheiro para garantir a segurança. Dos turistas. A água vira artigo de luxo. Só tem quem mora no centro ou pode pagar até R$ 2.500 por um caminhão pipa.
Na periferia a vida segue igual, a torneira seca, as bocas bombando com os playba comprando bala, e os ônibus partindo lotados de copeiras, diaristas, zeladores, babás, camareiras e seguranças de condomínio. Graças a Deus tem emprego! O turismo gera emprego. Precarizado. É a parte que cabe à senzala nesse missancene de ex balneário de luxo.
A Pérola do Atlântico, cada vez mais ostra, esconde suas mazelas. Esconde sua gente feia, encardida, com cara de pobre. Não pode bicicleta na praia. Praia que esse ano na virada insana rumo à prosperidade teve cercadinho vip. Very Important Peoples precisam manter o status quo e se diferenciar dessa gente não convidada.
Ah, Guarujá de tantas belezas naturais, nenhuma delas preservadas como mereciam, algumas sequer descobertas, outras já descobertas e destruídas pela mão do homem. VIP ou vil?
Mas lá vem o sol e o circo começa a se montar novamente. Só não tragam tendas, tendas não, por favor. Os turistas fitness já estão fazendo seus trainnings com seus onwalks. Chegam ao mesmo tempo em que chegam os carrinheiros e suas enormes cangalhas. Guarda-sóis, se forem de prédios e condomínios de luxo, podem ficar na areia o dia inteiro a espera de quem os ocupe. Já o resto da praia é disputado a tapas. A praia loteada ferve. O Poder Público comemora a lotação, e finge que nao ve o loteamento. Sucesso absoluto.
A noite cai e a senzala pega o rumo de casa. Bobear ainda pega um comando. Revista da Polícia fazendo o seu trabalho. Cidadão de bens aplaude. A praia fica lá, para os turistas, iluminada. Assim como a água, a luz na praia não falta. Talvez falte clareza a quem precisa enxergar para alem da orla, da temporada e do turista.
Vida que segue. Sobreviveremos.
A cidade superlota, o trânsito vira um caos, filas intermináveis, ficamos mais vulneráveis e o município gasta mais dinheiro para garantir a segurança. Dos turistas. A água vira artigo de luxo. Só tem quem mora no centro ou pode pagar até R$ 2.500 por um caminhão pipa.
Na periferia a vida segue igual, a torneira seca, as bocas bombando com os playba comprando bala, e os ônibus partindo lotados de copeiras, diaristas, zeladores, babás, camareiras e seguranças de condomínio. Graças a Deus tem emprego! O turismo gera emprego. Precarizado. É a parte que cabe à senzala nesse missancene de ex balneário de luxo.
A Pérola do Atlântico, cada vez mais ostra, esconde suas mazelas. Esconde sua gente feia, encardida, com cara de pobre. Não pode bicicleta na praia. Praia que esse ano na virada insana rumo à prosperidade teve cercadinho vip. Very Important Peoples precisam manter o status quo e se diferenciar dessa gente não convidada.
Ah, Guarujá de tantas belezas naturais, nenhuma delas preservadas como mereciam, algumas sequer descobertas, outras já descobertas e destruídas pela mão do homem. VIP ou vil?
Mas lá vem o sol e o circo começa a se montar novamente. Só não tragam tendas, tendas não, por favor. Os turistas fitness já estão fazendo seus trainnings com seus onwalks. Chegam ao mesmo tempo em que chegam os carrinheiros e suas enormes cangalhas. Guarda-sóis, se forem de prédios e condomínios de luxo, podem ficar na areia o dia inteiro a espera de quem os ocupe. Já o resto da praia é disputado a tapas. A praia loteada ferve. O Poder Público comemora a lotação, e finge que nao ve o loteamento. Sucesso absoluto.
A noite cai e a senzala pega o rumo de casa. Bobear ainda pega um comando. Revista da Polícia fazendo o seu trabalho. Cidadão de bens aplaude. A praia fica lá, para os turistas, iluminada. Assim como a água, a luz na praia não falta. Talvez falte clareza a quem precisa enxergar para alem da orla, da temporada e do turista.
Vida que segue. Sobreviveremos.
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