Nesse final de semana, a revista Veja São Paulo imortalizou, o até então pouco conhecido, Alexander de Almeida. Num vídeo de quase quatro minutos, Alexander dá dez dicas “valiosas” de como tornar-se o “Rei do Camarote”. Entre outras pérolas, é preciso ter carrão, bebida que pisca, mulheres (as bonitas, claro!) e celebridades que, finalizando, agregariam “valor ao camarote”. Sim, eu assisti ao vídeo e, num primeiro momento, confesso que ri do patético que estamos NOS transformando. SOMOS cada vez mais caricaturas de nós mesmos. Alexander tem um olhar inseguro, sua voz é infantil e, decerto, autoestima não é o seu ponto forte. A qualquer momento sairá correndo procurando algum colo que lhe dê abrigo. Sua instabilidade emocional é visível e agora, risível no país inteiro. Seu comportamento é tão grotesco que suspeitam até que ele seja um fake, um personagem.
Mas e quanto a nós? Quantas vezes somos ridículos, (nem tão endinheirados ou escrachados como Alexander, é bem verdade) tentando atender aos nossos caprichos?
Quantas vezes comprometemos grande parte do nosso orçamento, ou todo, ou até mais que o todo, comprando o perfume da moda (porque AGREGA VALOR), o celular do último tipo com inúmeras funções que provavelmente nunca usaremos, alisando o cabelo (sabe quanto custa uma progressiva a laser Photon Hair?), frequentando academias TOPS (porque, né?, a “academia da esquina” não dá STATUS), sempre numa busca frenética, numa devoradora expectativa de sermos aceitos, de estarmos inseridos, de “pertencermos a”, ou como diziam antigamente, sermos “O Rei da Cocada Preta”?
Na verdade, “rir desse idiota”, ainda que inconscientemente, é também um riso de expiação de culpa. Alexander talvez seja o bode expiatório perfeito para ilustrar aquilo que, guardada as devidas proporções, existe em cada um de nós. Afinal, sempre é mais fácil rir do escracho do outro do que a autocrítica. “Que prestem atenção nele e nos deixem aqui, quietos, com nosso ridículo devidamente controlado, porque ele é o idiota da vez a ser ridicularizado, não eu!” é o que nós achamos. É o que nos conforta.
Se você ainda não viu o vídeo e quer ver, veja, ria e depois faça uma autoanálise: onde mora a minha porção Alexander de Almeida? Vale a pena o exercício. O resultado pode ser surpreendente!
A propósito, Alexander, sendo fake ou não, já deu uma nova entrevista dizendo que se arrepende de ter feito a matéria para a Veja, mas não de seu reinado que, pelo visto, segue muito bem, obrigado!
Aguardemos, pois, o próximo capítulo dessa ópera bufa tupiniquim!
Mas e quanto a nós? Quantas vezes somos ridículos, (nem tão endinheirados ou escrachados como Alexander, é bem verdade) tentando atender aos nossos caprichos?
Quantas vezes comprometemos grande parte do nosso orçamento, ou todo, ou até mais que o todo, comprando o perfume da moda (porque AGREGA VALOR), o celular do último tipo com inúmeras funções que provavelmente nunca usaremos, alisando o cabelo (sabe quanto custa uma progressiva a laser Photon Hair?), frequentando academias TOPS (porque, né?, a “academia da esquina” não dá STATUS), sempre numa busca frenética, numa devoradora expectativa de sermos aceitos, de estarmos inseridos, de “pertencermos a”, ou como diziam antigamente, sermos “O Rei da Cocada Preta”?
Na verdade, “rir desse idiota”, ainda que inconscientemente, é também um riso de expiação de culpa. Alexander talvez seja o bode expiatório perfeito para ilustrar aquilo que, guardada as devidas proporções, existe em cada um de nós. Afinal, sempre é mais fácil rir do escracho do outro do que a autocrítica. “Que prestem atenção nele e nos deixem aqui, quietos, com nosso ridículo devidamente controlado, porque ele é o idiota da vez a ser ridicularizado, não eu!” é o que nós achamos. É o que nos conforta.
Se você ainda não viu o vídeo e quer ver, veja, ria e depois faça uma autoanálise: onde mora a minha porção Alexander de Almeida? Vale a pena o exercício. O resultado pode ser surpreendente!
A propósito, Alexander, sendo fake ou não, já deu uma nova entrevista dizendo que se arrepende de ter feito a matéria para a Veja, mas não de seu reinado que, pelo visto, segue muito bem, obrigado!
Aguardemos, pois, o próximo capítulo dessa ópera bufa tupiniquim!
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