Quando eu cheguei aqui no Guarujá a sua família foi uma das
primeiras que conheci. Curiosamente, você foi sempre a que tive menos contato.
Notícias suas só tinha assim, an passant. Sempre voando. Uma hora no Sul, outra
em Sampa, outra em Trancoso.
Mas em janeiro, quando te levei algumas vezes para a
radioterapia em Santos, nos aproximamos. Mesmo com a morte vigiando da esquina,
falávamos de vida. Das nossas vidas. Amores, dissabores e planos (e você tinha
tantos!): o restaurante, sua filha, um novo amor, talvez voltar a Trancoso,
quem sabe?
Quem saberia, pelo menos quem ousaria,
naquele momento,
pensar na estupidez da inexorabilidade da morte, esse hiato sem fim,
desmantelando todos esses planos? Não sei se atropelo o sujeito ali dizendo que “quem tem planos não morre” ou, sei lá, acredito que seja melhor pensar assim que,
de fato, você não tenha morrido, mas se libertado daquele corpo doente que não
combinava em nada, nada, contigo.
Uma mulher inquieta, ativa, irreverente,
multitalentosa, que colocava paixão em tudo que fazia. Como ficar presa naquele
corpo carcomido?! Não era para você. Não mesmo.
Sabe, ontem mesmo, um cara que eu gosto muito, o Alessandro
Martins, escreveu o seguinte: “A grande
pergunta não é se existe vida depois da morte, mas antes dela.”
Quando
li pensei em você e fiquei tranquila. Sei que a sua temporada por aqui foi
curta, mas intensa, e só posso me despedir dizendo que foi um prazer te
conhecer e fazer parte, pelo menos um pouquinho, da sua vida, garota “estileira”
(nunca mais me esqueci do dia em que você definiu assim a minha calça).
VOCÊ, sim, era o estilo em forma de gente. Tão única, autêntica, estilo, seu, só
seu, intensa. Coisas de quem sabe que a vida, independente da morte, pede
urgência.
Valeu, Keila!
Bem vinda, para sempre,
ao meu coração. Beijo!
Que despedida linda amiga...fiquei com lágrimas nos olhos..
ResponderExcluirTo aqui pra qualquer coisa viu...
beijos love you
Obrigada, Vivi. Sei que posso contar contigo. Beijo! Amo-te-lhe
ResponderExcluirlindo! é isso ae!!!
ResponderExcluirUma criança feliz no corpo de mulher por tantas vezes nossos caminhos se cruzaram coisas da alma amor eterno amiga irma ou hermana assim q nos chamávamos vida curta vida intensa, amor no coração p da e vender.um respeito ao próximo um amor incondicional aos animais a natureza um sorriso q era so seu, muitos cafés na madrugada muita conversa e risadas na nossa humilde casinha em trancoso na dona maria eu segui vc ficou ganhou la o maior presente q a vida pode dar ANTÔNIA.
ResponderExcluireu to ficando vc partindo p uma vida espiritual linda como foi aqui na terra e assim q vai ser viaje em paz amiga
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAinda doi muito, sinto nao ter sabido antes e ter estado perto para poder ajudar no q ela precisasse... Estou inconformada!!!
ResponderExcluirVim aqui porque vc leu um texto meu e quis saber quem era você.Que texto maravilhoso, escrito com o coração, pude saber um pouco sobre quem era Keila e do pouco que conheci através dessas linhas escritas já gostei dela. Passei por algo parecido mas a respeitável senhora de nossos destinos não me levou daquela vez mas minha experiência me deixou uma certeza inexplicável em meu coração: a certeza que sim!Existe a vida antes e depois da vida.
ResponderExcluirObrigada pela retribuição, André. Esse post foi a maneira que encontrei de amenizar um pouco o baque. E assim, de perdas em perdas, a gente vai tentando renascer mais forte em nossas vidas. Gosto de pensar que de alguma forma, vamos absorvendo as pessoas que gostamos e que partem. Viramos um grande mosaico de almas queridas. E, também, por elas temos que seguir. É a vida pedindo urgência. Sempre!
ResponderExcluir4 anos! Não era amiga mas uma conhecida com muita afinidade. ESPERO que a filha esteja bem! Faço missa da almas e me lembro bem dela. Abençoada. Abraço. LINDO texto.
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