Eu não preciso de um dia pra lembrar meus mortos. A constância do cheiro de enxofre que nos ronda nesses quase dois anos não me deixa esquecer dos que já se foram, e que ultimamente vão de uma forma que a maioria de nós sequer imaginou ser possível um dia. E aqui ficamos com as perdas, com o hiato, imaginando aquilo que poderia ter sido, mas não será. Perdemos mais, perdemos quase dois anos. A vida suspensa a espera de. De que mesmo? Seguimos anestesiados e o que aflora agora não é um novo mundo de golfinhos em águas cristalinas, ao contrário, o ódio não é mais latente, é constante e potente. No novo normal a estranheza não é boa. Não somos os mesmos e não somos melhores. O tiro saiu pela culatra. O tiro. Volto aqui comigo e sinto que roubaram algo irrecuperável, mas que mesmo assim todos já se adaptaram. É a vida. Ou foi o medo da morte? Que ao invés de regenerar recrudesceu o que há de pior em nós? Espero pelo caos. Climatico, social, existêncial. E como diria Darwin, quem for mais filha da puta que sobreviva!
Quando li a notícia no blog da Lola ( http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2010/08/concurso-de-blogueiras-no-ar.html ) de que haveria um concurso para blogueiras com o tema, "A origem do meu feminismo", comecei a refletir até que ponto eu sou feminista, se é que sou. Apesar de ter minhas opiniões e convicções, não gosto muito de "rótulos". Prefiro ter a liberdade de ser "essa metamorfose ambulante". Mas, acontece que, numa breve análise da minha vida, acabei me dando conta de que a época em que "fui" mais feminista até agora, foi aos 21 anos. Época em que, talvez, eu nem tivesse a consciência de que tudo que estava vivendo, estaria colocando à prova, todos os meus mais camuflados e desconhecidos "instintos feministas". O curioso é que só agora, consigo enxergar por esse ângulo. Bom, antes tarde do que nunca! Na ocasião, meu pai, que era um pequeno comerciante e chegou a ter cinco lojas espalhadas por diversas cidadezinhas da região...
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