Quando eu ainda morava no Rio, mas não mais com a minha mãe, todo finds que ia pra casa ela aparecia com a crônica da Martha Medeiros, que saia no revista do jornal O Globo, pra que eu lesse. Sabia que eu gostava da Martha. Depois, quando vim pra São Paulo, toda vez que chegava na casa dela, vinha com uma pastinha com as crônicas do ano todo da Martha. Minha mãe é assim. Nos criou com essas sutilezas que foram e são fundamentais para mim. Dizem muito de quem eu sou hoje.
Quando começou a pandemia, ela era uma de minhas aflições dentre tantas outras. Diabética, 79 anos, pressão dando uns sustos vez em quando. Por tabela, meu irmão, diabético, hipertenso, fumante. Aqui de longe, coração na mão. Semana passada, mesmo com todos os cuidados, consciência que têm sobre a pandemia, e depois de 3 doses da vacina, testaram positivo. Gelei. Meu irmão teve uns dias de febre e tosse. Minha mãe, um dia de febre baixa e acessos de tosse. Já estão lá pelo décimo dia, sem febre, sem sintomas, e continuam indo bem. Na quarta falei com ela através de uma chamada de vídeo. "Mãe, e essa tosse, vem de onde? Espera um pouco aí que vou perguntar pra ela!" Percebi que estava ótima pela resposta e pelo cafezinho com paçoquinha diet que comia feito menina arteira. Acredito piamente que essa tranquilidade só foi possível porque os dois estavam devidamente vacinados. Assim como acredito que para uma pequena minoria nem o ciclo completo foi capaz de evitar o pior, no caso dos dois, como a grande maioria vacinada, tenho certeza de que a vacinação fez e faz toda a diferença. Não há dúvidas de que é a nossa melhor e mais racional saída.
Quanto a Marta, nunca mais li, deixei de seguir. A afinidade se perdeu, outras leituras vieram. Cest la vie. No fluxo da vida algumas coisas vem e vão e outras não. Outras ficam para sempre como o amor que sinto pelos meus e por tudo aquilo que nos une.
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