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Mostrando postagens de maio, 2024

NÉVOA

 A humanidade aflita pede refúgio e refuta a poesia, o ludico, a arte. Preferem os aforismos, os coaches de auto ajuda. Tudo que já vem mastigado, processado. Nada a refletir, a acrescentar. A materialidade mata. Nada pode parecer utópico, surreal, subjetivo, causa estranheza, quando na verdade o que éramos pra estranhar é o que estamos nos tornando. Sei que filósofos de tempos remotos já expuseram bem melhor essa angústia de ver as transformações ruins e pouco poderem. Por isso faço nada. Faço tudo. Faço poesia, ouço, sereno, não sei se agradeço ou peço piedade. Não sei se realmente vivemos a involução ou se apenas estou ficando velha. Quiçá os dois.