A palavra não vem. Ela busca, rebusca, mas não vem... Talvez porque o momento peça silêncio, encapsulamento, digestão. Cansou de ser o São Jorge, pirou e comeu o dragão, mas não consegue soltar o fogo pelo nariz... Está revirando as tripas, os poros, o púbis... Frio que cala a fala em pleno sol de verão. Joga a garrafa ao mar. O socorro já chega enfiando a mão na garganta. Ela vomita e respira aliviada. Agora ela já pode falar. Entendeu que, mais do que comer o dragão, precisa é aprender a comer um dia de cada vez...